terça-feira, 16 de junho de 2020

A imposição da cultura do missionário no Campo de Missões



Você acha que no campo de missões o trabalho é mil maravilhas e que todo mundo que está no campo missionário e leva o nome de missionário está fazendo um excelente trabalho? Com todo respeito, amor e com um profundo desejo de mudança eu quero compartilhar algumas experiências mostrando o quanto muitos que vão ao campo missionário sem nenhuma experiência e preparação são etnocêntrico e mais criam barreiras ao evangelho aos nativos.

É muito comum encontrarmos obreiros acreditando que a realidade brasileira é universal quanto ao evangelho, que a cultura brasileira e formato cultural brasileiro de adoração é o padrão para todos os povos. Por não ter o devido cuidado terminam falsificando o evangelho, pois transmitem um evangelho abrasileirado como se Deus agisse apenas apenas mediante o modo de ser brasileiro.

Amados, crescemos ouvindo que o Brasil é um celeiro de missionários e não estou aqui para dizer que não é, mas infelizmente os anos vão passando e cada dia mais geramos obreiros que vão ao campo sem nenhuma preparação e suas atitudes chega a ser repugnante. 

É muito comum encontrarmos missionários brasileiros chegando ao campo e no primeiro impacto com a cultura nativa fazem comparações sempre denegrindo a cultura anfitriã, desfazem e menosprezando. Quando ainda morava no Paraguai não esqueço de uma "missionária" aproximar de uma roda de tereré e dizer que aquela bebida não era de Deus, pois as pessoas passam o dia tomando tereré e certamente era vício. O interessante é que não pensava o mesmo do chimarrão dos gaúchos. Outro foi mais longe em dizer que o povo passava o dia comendo capim.

Encontrei missionário que mesmo vivendo muitos anos entre o povo paraguaio não falava nada em guarani nem mesmo para pedir um copo de água. Quando perguntei porque não buscava aprender ele me disse que não queria perder tempo aprendendo idioma de índio. Escrevo estas linhas envergonhado e entristecido. Sinceramente não posso dizer que essa gente servia o mesmo Deus que eu servia.  

Aqui em Bolívia eu vi homens e mulheres os quais foram enviados sem nenhuma preparação desfazer da comida do povo boliviano. Com certeza existe pratos em Bolívia que eu não gosto, pois não sou obrigado a gostar de tudo, mas eu não tenho direito de chegar na casa de um boliviano e desfazer de sua comida. Faço lembrar que em cada região de Bolívia tem sua comida típica e o alimento aqui em Bolívia é tratado com muito respeito. Ou seja, falar mal da comida é como falar mal da mãe daquele que fez a comida. 

E sobre alimento minha dica é a seguinte: Nunca faça comparações e não faça críticas, nem mesmo as famosas críticas construtivas. Ou você come calado, ou alogia. Se oferecerem para repetir preste bem a atenção como você vai dizer que não quer mais, pois muitas vezes dizer que não quer mais é o mesmo que dizer que não gostou. E você denotar que não gostou do alimento pode ser a última vez que você entra naquela casa e poderá fechar as portas até mesmo para outros missionários falarem de Jesus naquela família.   

Contei algumas experiências grotescas de alguns despreparados que vem ao campo de missões e, pasme, esses dizem que vêm para ganhar as vidas para Cristo. Agora, como vão fazer tamanha proeza? Quem assistiu a Live que participei do pastor Eziel José, missionário que trabalha no Paraguai, escutou o pastor contar de certo obreiro brasileiro ficar irritado com o povo porque falava guarani e ele não compreendia o idioma. 

A loucura do homem foi tanta que chegou ao ponto de proibir o povo falar guarani na igreja. Bem, ele teve sorte, pois bastava duas testemunhas paraguaias denunciar e ele com certeza estaria preso neste momento, pois no Paraguai é crime não permitir o povo falar seu idioma nativo  -  para assistir o Live clique aqui

Para terminar eu quero falar do que é pior em tudo isso: É a pregação do evangelho abrasileirado. As músicas são brasileiras, a liturgia deve ser idêntica a do Brasil ou da igreja que enviou o missionário, a roupa do povo deve ser igual do Brasil e etc. 

Neste ponto de roupa é gravíssimo principalmente em etnias em que o povo tem suas próprias vestimentas as quais são descentes, mas são vestimentas próprias da cultura. Podemos citar o povo quechua, aymara e os ayoreo de Bolívia. As três etnias tem roupas próprias.

Então é exposto por parte do "missionário" a proposta que se o povo quiser ser um povo avivado, animado e que tenha o acrescimento do Reino de Deus deve se vestir como os cristãos do Brasil. 

E se falarmos da música? Eu já vi pastor dizer que Deus só opera na congregação se canta os hinos da Harpa Cristã. O povo quechua e aymara de Bolívia têm seus próprios ritmos definidos os quais amam cantar. Para muita gente é custoso ter que cantar e usar outro ritmo, pois música é aquele ritmo que aprenderam desde pequeno.

Mas porque querem uma igreja aviva que o missionário diz que eles podem ser se submetem a abandonar sua própria cultura e abraçar a cultura musical trazida pelo missionário em nome de "ter mais de Deus". (Veja um vídeo do povo quechua cantando - clique aqui  )

Isso é uma verdadeira aberração e profunda falta de respeito. Em muitos lugares os serviços missionários são perseguidos pelo Ministério da Cultura não pelo Evangelho em si, mas muitas vezes pela tentativa de modificar a cultura do povo nativo aos moldes da cultura brasileira. 

Termino dizendo a você que se prepara para o campo de missões: Ame o povo, valorize o povo e pregue o Evangelho do Reino de Deus. Este evangelho cura qualquer cultura do pecado presente, mas ao mesmo tempo preserva aquilo que Deus reconhece que são as diferenças culturais, pois Deus é o Criador da diversidade humana, ELE é o Criador da cultura.

Abaixo vou deixar um vídeo que postei em nosso canal e que está em uma série de vídeo chamada Missões 3 Minutos. Colocar também um link para você ver todos os demais vídeos da série Missões 3 Minutos

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Pastor Peniel Nogueira Dourado

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